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sábado, 14 de janeiro de 2012

Reposição hormonal: fazer ou não fazer?

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A dúvida é comum à maioria das mulheres que beiram os 50 anos: será que vale a pena se submeter à reposição hormonal com a chegada da menopausa? Quais são os prós e os contras de tal decisão? Defensora do tratamento com acompanhamento médico, a médica Michelle Warren, diretora do Centro de Menopausa, Distúrbios Hormonais e Saúde da Mulher do centro médico da Columbia University, nos Estados Unidos, disse recentemente que tem visto uma geração de mulheres com medo de tomar hormônios, mesmo sabendo que eles podem combater os sintomas típicos da menopausa. “É o momento de a paciente avaliar sua qualidade de vida e decidir se vai usar o hormônio ou não. Se os sintomas colocarem em risco sua sanidade, seu emprego ou o relacionamento com seu marido, é hora de pensar em fazer o tratamento”, recomenda a endocrinologista, que deu estas declarações durante o TEDxWomen*, em Los Angeles, no início de dezembro. É bom enfatizar, porém, que a reposição hormonal não está livre de efeitos colaterais. A seguir, ela lista quatro mitos relacionados ao assunto:

1. Hormônios causam câncer de mama.

Câncer de mama, na opinião da médica, não é causado por hormônios. “Eles aceleram o crescimento de células atípicas, mas não são a causa da doença. Nunca existiu nenhuma prova científica de que os hormônios são responsáveis pelo câncer de mama. Houve um estudo publicado em 2002 que mostrou oito casos de câncer de mama numa amostra de 10 000 mulheres que faziam reposição hormonal. Claro que os fatores de risco devem ser observados, mas é um percentual muito pequeno”, disse ela. Publicado na revista médica internacional Journal of American Medical Association, este estudo mostrou que as mulheres submetidas à terapia hormonal de estrogênio equino conjugado (hormônio derivado da urina de éguas prenhas) e acetato de medroxiprogesterona (um derivado sintético da progesterona) tiveram mais casos de câncer de mama do que aquelas que usaram placebo (risco relativo de 1,26, ou seja, 26% de aumento no número de casos). "Esta é uma associação de causalidade e não comprova que estes hormônios causaram o câncer ou apenas aceleraram células cancerígenas pré-existentes e não detectadas previamente”, explica o endocrinologista Alexandre Hohl, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (regional Santa Catarina). Contudo, muitos destes tumores crescem mais rapidamente com o estímulo hormonal. "Por esse motivo, as mulheres submetidas à reposição hormonal devem ser cuidadosamente acompanhadas pelo médico, a fim de detectar e tratar eventuais tumores no estágio mais inicial possível. Além disso, os fatores de risco individuais e familiares para o câncer da mama devem ser considerados na escolha do modelo de terapia de reposição hormonal", alerta o ginecologista Carlos Eduardo Ayres, de São Paulo.

2. Hormônios causam ataque cardíaco.

É outro mito na opinião de Michelle Warren. “Neste mesmo estudo, foram avaliadas mulheres de aproximadamente 60 anos que faziam reposição hormonal há pouco menos de uma década, e não houve aumento de ataques cardíacos entre elas. Uma forma indireta de determinar se existe possibilidade de ataque cardíaco é calculando a quantidade de cálcio no organismo. As mulheres que tomavam estrogênio apresentaram muito menos cálcio do que as que não tomavam. Então o estrogênio pode, sim, proteger o coração se utilizado no momento correto”. O ginecologista Carlos Eduardo Ayres explica ainda que o estrogênio melhora o perfil do colesterol, estimulando os níveis de HDL (o colesterol bom) e reduzindo o LDL (o colesterol ruim), o que pode ser benéfico para o risco cardiovascular em mulheres selecionadas. "A probabilidade de ataque cardíaco é afetada muito mais pelos níveis de colesterol, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e fumo do que pela terapia de reposição hormonal", avalia ele.

3. É possível ter atividade sexual normal sem os hormônios.

“Assim como a pele do rosto e do corpo, a vagina envelhece e fica frágil”, afirma a americana. “Mesmo as mulheres que não têm relações sexuais sentem a vagina bem mais seca no período de menopausa. É possível curar isso com a aplicação de estrogênio local, dentro da vagina, em forma de pílula ou creme.” O endocrinologista Alexandre Hohl completa: "existe também a possibilidade do uso de gel a base de água para os casos com contraindicação ao uso do estrogênio na forma tópica (gel)". Além da dificuldade de manter relações sexuais satisfatórias pela atrofia do revestimento vaginal, a falta de estrógenos também favorece infecções vaginais, irritação local e perda urinária. "A reposição de estrogênios melhora essa atrofia e, consequentemente, a qualidade de vida das mulheres na pós-menopausa", finaliza o ginecologista Carlos Eduardo Ayres.

4. Hormônios bioidênticos são mais seguros.

Hormônios bioidênticos são aqueles que têm exatamente a mesma estrutura química e molecular dos hormônios produzidos pelo nosso organismo. Existem bons hormônios desse tipo no mercado, segundo a médica que são regulados e testados. “Porém, as pessoas acham que eles devem ser manipulados em farmácias, onde não há controle de qualidade. Assim, o risco de efeitos colaterais aumenta. Todos os hormônios bioidênticos, controlados ou não, oferecem risco – podem afetar o fígado e aumentar o colesterol ruim, desencadeando o ataque cardíaco em mulheres, por exemplo.” O ginecologista Carlos Eduardo Ayres enfatiza: "não existe evidência científica de que o hormônio bioidêntico seja mais seguro do que as moléculas não idênticas, assim como não existe uma terapia hormonal que sirva para todas as mulheres, e nem todas necessitam dessa reposição". Teoria confirmada pelo endocrinologista Alexandre Hohl: "o termo bioidêntico acaba sendo usado com um apelo comercial desnecessário. Os efeitos benéficos, efeitos colaterais e contraindicações dependem da dose, da via de administração e da história prévia desta paciente".

* Realizado no início do mês em Los Angeles, Estados Unidos, o TEDx Women teve produção e curadoria do The Paley Center of Media, instituição cultural sem fins lucrativos, e reuniu palestras de mulheres que estão ajudando a moldar o futuro com trabalhos e ideias consistentes e inovadoras.

Daqui.

Um comentário:

Anne Lieri disse...

sONINHA, muito legal essa dica!Eu ainda nao tomo,pois minha ginecologista disse que ainda não preciso,mas se precisar tomo sem o menor medo!Bjs,

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